A camisa vermelha, contratos nebulosos, gastança desenfreada e crise no futebol. A entidade máxima do futebol brasileiro já viveu momentos melhores, porém a fase que é ruim dentro de campo parece só piorar fora dele. 

A Confederação Brasileira de Futebol vive mais um capítulo conturbado de sua história. Em meio à sofrida preparação da Seleção Brasileira para a Copa do mundo, a entidade máxima do futebol nacional se vê mergulhada em sucessivas crises, desta vez envolvendo denúncias graves contra seu presidente, Ednaldo Rodrigues. Apurações da imprensa e órgãos de controle apontam suspeitas de má gestão e favorecimento indevido na destinação de recursos. 

As investigações indicam que parte significativa do orçamento da CBF teria sido utilizada para fins que fogem à sua finalidade. Revelando gastos excessivos com viagens de apoiadores, sobrando passagens de primeira classe, hotéis cinco estrelas e mimos aos apoiadores de presidente, familiares e até políticos. 

Somente na última Copa do mundo foram pagos 49 pacotes de viagens, incluindo entre seus beneficiários até mesmo o cantor Gilberto Gil. Em comum, todos tem ao menos duas coisas, são amigos ou apoiadores e não possuem qualquer vínculo ou relevância para o futebol. 

Diante desse cenário, o presidente novamente foi alvo de pedidos de afastamento, dessa vez negados pelo ministro Gilmar Mendes. Fato um tanto esperado, tendo em vista que o próprio filho do ministro julgador tem contratos milionários com a CBF através do seu instituto IDP. 

Cresce a pressão por uma profunda reformulação na CBF, com maior fiscalização por parte das autoridades competentes e a cobrança de mais responsabilidade dos dirigentes. O momento pede não apenas investigações rigorosas, mas também uma reflexão sobre o modelo de gestão do futebol brasileiro. Para que o esporte volte a ser conduzido com seriedade e paixão, é essencial que as estruturas sejam revistas e que práticas éticas e comprometidas com o bem do nosso futebol prevaleçam dentro da entidade. Aguardemos as cenas das “próximas partidas”.