O Brasil ocupa a 87ª posição no ranking mundial de PIB per capita, mas segue firme entre os maiores consumidores de carne bovina do planeta. A aparente contradição revela um fenômeno que vai além da economia: a carne vermelha no Brasil não é apenas alimento, mas símbolo cultural, identidade social e ativo estratégico do agronegócio.

Mesmo com o aumento dos preços e a queda no poder de compra, o consumo se mantém elevado em relação a países mais ricos. Para especialistas, esse comportamento aponta para a centralidade da carne na mesa do brasileiro e levanta questionamentos sobre sustentabilidade, acesso a proteínas alternativas e o impacto ambiental da produção em larga escala.

A pauta abre espaço para discutir um paradoxo: como um país com renda média modesta sustenta índices tão altos de consumo de uma das proteínas mais caras do mercado? O debate envolve economia, saúde pública, tradição cultural e futuro alimentar, colocando o Brasil no centro das discussões globais sobre segurança alimentar e padrões de consumo.