A mais recente edição do Deloitte Tech Value Survey revela que os investimentos em inteligência artificial (IA) vêm absorvendo uma parcela crescente dos orçamentos digitais das empresas, questionando se essa escala ainda está bem equilibrada com resultados efetivos.  

Segundo o Stanford HAI AI Index 2025, o investimento privado global em IA alcançou US$ 33,9 bilhões em 2024, o que representa um aumento de 18,7% sobre 2023.  

O mesmo relatório aponta que no ano-base 78% das organizações já declaravam uso de IA, versus 55% no ano anterior.  

Outro ponto relevante: em um relatório semanal de economia global da Deloitte, o tema “bolha de IA” é citado expressamente como risco emergente para a economia dos EUA, ao lado de itens como o custo da eletricidade e a corrida por minerais raros.  

Principais implicações estratégicas

• A adoção acelerada de IA indica que setores de design, tecnologia e produto precisarão integrar-se a essa lógica — ou arriscam ficar fora do “novo normal”.

• Investimentos vultosos, porém com questionamentos sobre retorno, sugerem que a proliferação de IA colocará pressão para que marcas premium museifiquem valor real em desempenho, não apenas hype.

• O risco de bolha em tecnologia torna-se real: se os investimentos não gerarem melhoria proporcional em produtividade ou não contiverem custos paralelos (energia, infraestrutura, compliance), poderá haver efeito de reversão.

• Para estúdios de projeto ou marcas que operam no premium/luxo, esta tendência abre duas frentes: i) incorporar IA como parte do valor agregado (por exemplo, produtos “inteligentes” ou serviços conectados) e ii) avaliar riscos de tecnologia “commodity”, que poderia diluir raridade ou valor percebido.